quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Informes do 2º dia: sob nossas lonas passam milhares...


As Ocupações-comunidades Camilo Torres, Dandara, Irmã Dorothy e Torres Gêmeas prosseguem no segundo dia de acampamento na entrada principal da Prefeitura de Belo Horizonte, na Avenida Afonso Pena.


Até o presente momento, o prefeito-empresário Márcio Lacerda não se prontificou a abrir uma mesa de negociações com vistas à resolução digna do conflito que envolve o destino de mais de 1.500 famílias no total. 

Pela Av. Afonso Pena (umas das principais avenidas da cidade), milhares de pessoas passam sob nossas lonas e testemunham a intransigência de um povo que se nega a abrir mão de sua dignidade. Apesar da truculência da guarda municipal, da chuva forte, da escassez de alimentos, falta de banheiro e muitas outras dificuldades, seguiremos acampados, firmes no nosso propósito que não é nada mais do que a construção do DIÁLOGO.






Enquanto isso, temos sensibilizado a população de Belo Horizonte (13ª cidade mais desigual do mundo - fonte: ONU), explicando as razões do acampamento e denunciando os governos municipal e estadual que lavaram as mãos diante da possibilidade de despejo forçado dessas comunidades.


Hoje, recebemos uma ligação de Brasília informando que o Ministro das Cidades solicitou reunião em regime de urgência com o governo municipal e estadual a fim de inagurar uma mesa de negociação. Estamos esperançosos de que a prudência prevalecerá sobre a intolerância. 

Ontem, a prefeitura divulgou uma nota em resposta às ocupações-comunidades ameaçadas despejo. Não fez nada mais do que reproduzir o falso argumento que utiliza há pelo menos 15 anos (desde o início das Torres Gêmeas) de que as famílias das ocupações organizadas querem furar a fila da política habitacional. 

Não é verdade que em Belo Horizonte há uma política habitacional bem sucedida. A fila para a moradia popular da prefeitura não anda. Trata-se de uma demanda reprimida há 15 anos. É sabido de todos que o déficit habitacional em Belo Horizonte está acima de 55 mil unidades, segundo dados da própria prefeitura; na região metropolitana, o déficit habitacional está acima de 173 mil casas e no estado em Minas está em torno de 800 mil casas. Pior: O Programa Minha Casa Minha Vida ainda não construiu na capital mineira nenhuma casa para famílias que estão na faixa de 0 a 3 salários mínimos

Sobre a nota da prefeitura parcialmente publicada no Jornal Estado de Minas (30/09), leia mais AQUI





Mais fotos acesse o ALBUM


Via Campesina manifesta  APOIO

Participe das atividades culturais do acampamento na porta da prefeitura.

Contatos:8815-4120/9708-4830/8533-3363/8525-8138/9836-3450




O povo está na rua, Anastasia a culpa é sua!



quarta-feira, 29 de setembro de 2010

COMUNICADO URGENTE: Acampamento na PBH


Comunidades ameaçadas de despejo montam acampamento na prefeitura de BH



As Ocupações Camilo Torres, Dandara, Ir. Dorothy e Torres Gêmeas montaram hoje (29/09) acampamento por tempo indeterminado na entrada principal da prefeitura de Belo Horizonte.

O protesto faz parte da Jornada Nacional de Luta Contra os Despejos organizada em várias capitais do país pelos movimentos que integram a Frente Nacional de Resistência Urbana (F.N.R.U).


Exigimos que o Prefeito Márcio Lacerda e o Governador Antonio Anastasia abram as negociações com as Comunidades ameçadas de despejo forçado. Em tempos de Minha Casa Minha Vida é um contra senso jogar nas ruas mais de 1.500 famílias dessas 4 ocupações que há anos lutam pelo diálogo e por uma saída digna ao conflito.

Na última semana, representantes das organizações mineiras que compõem a F.N.R.U se reuniram com a Secretária Nacional de Habitação, Inês Magalhães, para cobrar junto com movimentos e organizações de outros estados a participação do Governo Federal em diversos casos de ameaça de despejo. Nesse encontro o Ministério das Cidades ficou de agendar uma reunião com o Prefeito Márcio Lacerda ainda nessa semana, mas a postura desse senhor está mais truculenta do que nunca. A exemplo das famílias despejadas do prédio 100 das Torres Gêmeas que até agora estão desabrigadas sem qualquer definição da Prefeitura, apesar de uma inspeção realizada na última semana pelo Ouvidor da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.


Diante desse quadro, conclamos o apóio da população nessa justa causa contra os despejos. Queremos mostrar para a cidade e para todo país que fizemos TUDO que estava ao nosso alcance para se evitar uma tragédia ("massacre anunciado").

Nos próximos dias aqui estaremos, bem na sede do poder político de Belo Horizonte, sob as barbas do Prefeito, intransigentes na defesa do nosso direito à cidade.

Na porta da Prefeitura organizaremos sessão de cinema, roda de capoeira, grupos de formação política, atividades lúdicas e etc.
 

Venha fortalecer a luta contra aqueles que querem privatizar a cidade.

Principais demandas para solidariedade: colchonete, cobertores, alimentação geral, água, produtos de higiene.

Contatos: 8815-4120/9708-4830/ 8533-3363/8525-8138/9836-3450

Violência e covardia: Prefeitura de Belo Horizonte solta seus cães de guarda para agredir manifestantes pacíficos


As famílias acampadas chegaram à Prefeitura pela manhã, às 08 h, de maneira pacífica, deixando claro o propósito de não ocupar a parte interna do prédio e de preservar o patrimônio público. Apesar disso, a Guarda Municipal pediu reforço e agrediu com violência diversas pessoas, inclusive mães e crianças, com cacetetes e spray de pimenta. A truculência dos inexperientes cães de guarda da Prefeitura reflete a postura da atual administração no trato dos conflitos urbanos. Tomaremos as medidas necessárias para responsabilizar os agressores, pois lutar não é crime e jamais vamos tolerar a criminalização da luta popular.

Clique na imagem para ampliar a foto dos principais agressores:





O Guarda Municipal Alexandre Selim tenta ocultar seu nome
 

terça-feira, 28 de setembro de 2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Audiência Pública aborda prestação de serviços à Comunidade Dandara



Por iniciativa do vereador Adriano Ventura, foi realizada na última quinta-feira, audiência pública pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Belo Horizonte com o objetivo de debater a prestação dos serviços essenciais à Comunidade Dandara.


A Comunidade Dandara denunciou mais uma vez a indisposição da CEMIG em regularizar o fornecimento de energia e a implantar iluminação pública na área; o não cumprimento do acordo realizado com a COPASA em ampliar de 1 para 9 o número de padrões de água e realizar a construção da rede de esgoto e, ainda, a negativa dos CORREIOS em entregar as correspondências na Comunidade apesar de todas as ruas serem nomeadas e todas as casas numeradas.

Também foram feitas exigências e denúncias quanto ao atendimento médico nos postos de saúde da região que até hoje criam dificuldades no atendimento aos moradores de Dandara. O oficial do Corpo de Bombeiros presente na audiência também ouviu reclamações quanto ao atendimento de urgência da corporação que em várias ocasiões foi omissa no socorro de moradores.

A Polícia Militar e a Secretaria de Educação, apesar de convocadas, não enviaram representantes e nem justificaram ausência.

 

Dessa audiência, ficaram agendadas novas reuniões para avançar nas propostas debatidas. O Ministério Público será acionado pelas Brigadas Populares para acompanhar todo o processo.

Essa audiência foi um importante passo para garantir que os serviços públicos essenciais não sejam usurpados dos moradores de Dandara, independente do conflito relativo à posse da área, pois o respeito à dignidade da pessoa humana não pode ser condicionado a nada. 

  Muitos moradores não conseguiram participar da audiência por falta de espaço no auditório

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

TORRES GEMEAS: O povo está na rua, Anastasia a culpa é sua



Governo do Estado e Prefeitura impedem famílias das Torres Gêmeas (prédio nº 100) de voltarem para suas casas e não oferecem nenhuma alternativa digna. Enquanto isso, crianças, adultos e idosos ficam ao relento.

 Família do prédio 100: sem casa, sem solução, sem nada

Desde a última segunda-feira, dia 20 de setembro, cerca de 80 famílias que moram no prédio nº 100 da ocupação vertical mais antiga de Belo Horizonte estão impedidas pela Polícia Militar e pelo Corpo de Bombeiros de retornarem para seus apartamentos. A PM, comandada pelo Governador Antônio Anastasia, cercou ostensivamente o prédio em que ocorreu o incêndio e mantém guarda com armas de grosso calibre, cães, bombas etc. O Corpo de Bombeiros, por sua vez, nega-se a apresentar o resultado do laudo da perícia realizado ontem (21/09) atestando se houve ou não comprometimento da estrutura do edifício. Ao mesmo tempo, as organizações que apóiam as famílias são impedidas de realizar perícia complementar com engenheiros e arquitetos autônomos.

Esse quadro de incertezas é agravado pela postura do Governo Estadual e Municipal em não dialogar, como em outros conflitos urbanos de BH. A Prefeitura solta notas à imprensa, mas não oferece nenhuma resposta às famílias desalojadas. O prefeito Márcio Lacerda mantém a postura de intransigência e propõe como solução o abrigamento indigno. O Governo do Estado, que não constrói nenhuma casa em Belo Horizonte há mais de 15 anos, também não oferece nenhuma alternativa digna.

Enquanto isso, dezenas de crianças estão sem banho, comendo mal e sem irem à escola. A Defesa Civil fornece apenas duas refeições ao dia. Não foram disponibilizados banheiros. Não há qualquer assistência à saúde dos desalojados. A situação é desoladora...



A negligência das autoridades de Minas Gerais no trato dos conflitos urbanos tem gerado problemas ainda maiores. Essa situação das Torres Gêmeas  já poderia ter sido resolvida há muitos anos se o Município cumprisse a Constituição da República e o Estatuto das Cidades (Lei nº. 10.257/01) que determinam a desapropriação dos imóveis urbanos que não cumprem a função social

Além disso, em 2005, foi aprovado projeto de reforma das Torres com observância de todas as normas técnicas de segurança, inclusive instalação de elevadores. Porém, apesar da aprovação do Projeto pela CAIXA e liberação dos recursos pelo Governo Federal, a Prefeitura de Belo Horizonte não aceitou ser a garantidora do financiamento que seria de apenas R$ 18.000,00 por família, valor muito inferior ao gasto pelo Poder Público na construção de novos empreendimentos habitacionais. Em resumo, a desapropriação e reforma dos prédios fica muito mais barato para os cofres públicos do que o reassentamento em novas unidades, a não ser que se pretenda reassentar as famílias sob os viadutos e calçadas da cidade...



Estado e Prefeitura investem bilhões e bilhões em grandes obras, apresentam projeto faraônico de intervenções na cidade em função da Copa do Mundo, mas se negam a buscar uma solução digna para as famílias que não podem retornar para seus lares onde vivem há mais de 14 anos. Para ilustrar, o montante gasto pelo Estado para a construção do novo Centro Administrativo seria suficiente para diminuir pela metade o déficit habitacional de Belo Horizonte



Para os pobres, o Choque de Gestão é Batalhão de Choque.

A cada instante a situação se agrava. Não bastasse o desalojamento do prédio 100, aumentou muito o risco de despejo das famílias do prédio nº 64. O desespero está tomando conta dos desalojados e o desespero é um mau conselheiro... Por outro lado, a posição do Prefeito e do Governador corrói a esperança de uma solução atenta à dignidade dessas famílias. Bem sabemos que ambos estão atrelados aos interesses da especulação imobiliária que cresceram muito na região, sobretudo com a construção do Shopping Boulevard que será inaugurado nos próximos dias.

Em vista da situação, conclamamos a solidariedade de entidades, movimentos e organizações em defesa do direito de morar dessas famílias. A derrota das Torres Gêmeas, após 14 anos de resistência, representa a vitória de um projeto de cidade vedada aos pobres. 
 

Pastoral de Rua 



Contatos

87464209 (Associação de Moradores)   
88193052 (Pastoral de Rua) 
83129078 (Brigadas Populares) 

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Plínio de Arruda Sampaio faz visita à Dandara



Candidato pelo PSOL à Presidência da República, Plínio de Arruda Sampaio visitou ontem (quarta, 15/09) a Comunidade Dandara, onde tomou café da manhã e debateu com as famílias.

Plínio demonstrou solidariedade à luta das Brigadas Populares e defendeu a desapropriação dos imóveis urbanos ociosos para fins de moradia popular. Fez criticas ao Programa Minha Casa Minha Vida que não leva em consideração os vazios urbanos que poderiam ser utilizados. Defendeu as Reformas Agrária e Urbana e políticas de acesso à saúde e educação.



Plínio destacou ainda a presença majoritária e o protagonismo das mulheres na luta popular. Questionado por uma coordenadora sobre a cultura, disse que o Estado deve garantir aos pobres acesso à cultura e que a produção artístico cultural não deve ser orientada pelo lucro. 



Ao final, Plínio recebeu da Comunidade uma cesta com frutos e hortaliças produzidos na Dandara e uma camisa que vestiu no mesmo momento. 


Antes de se despedir da Comunidade, Plínio conheceu o Centro Comunitário onde acontecem as reuniões da coordenação e aulas de alfabetização.
Deixou a Comunidade dizendo-se impressionado com a organização que ali encontrou e promentendo levar o nome de Dandara para os próximos debates.




Plínio conversa com Dona Maria, primeira moradora da Dandara a construir sua casa de alvenaria

Plínio é recebido na casa de moradores

Próximo Domingo: Festival Transborda na Dandara



O festival Transborda agrega músicos e artistas de vários lugares do Brasil em eventos no centro de Belo Horizonte e na Dandara, dos dias 13 a 19 de setembro. 

Dia 19, domingo é o dia em que os artistas virão para a Dandara, para participar do mutirão, das improvisações e intervenções artísticas e da festa de encerramento do Festival.



Mandato do Vereador Adriano Ventura publica Jornal sobre comunidades ameaçadas de despejo



Clique na imagem abaixo para conferir a publicação que é um manifesto de solidariedade do vereador Adriano Ventura com as comunidades Dandara, Vila UFMG, Irmã Dorothy e Camilo Torres,  todas ameaçadas de despejo forçado. 


Irmãs Dominicanas de São Domingos escrevem para o Prefeito Márcio Lacerda


As Irmãs Dominicanas de São Domingos que visitaram a comunidade Dandara e as  francesas que também estavam no grupo decidiram escrever uma carta ao prefeito de Belo Horizonte, apoiando as famílias e solicitando abertura ao diálogo para a solução digna do conflito.

Leia AQUI versão em francês e português  

Artigo sobre Direito à Cidade



"O reconhecimento do Direito à cidade é um instrumento de transformação social que irá trazer um questionamento sobre a estrutura de poder estabelecida por um sistema vigente que faz de indivíduos, lugares e coisas, sujeitos sem direitos e estereotipados. O reconhecimento do Direito à cidade é um desafio para a construção de novos paradigmas para viabilizar cidades mais justas, democráticas e sustentáveis".

Acesse AQUI o texto completo.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Dandara participa de concursos internacionais de arquitetura



Dois projetos de arquitetura elaborados por estudantes e profissionais que prestam assessoria técnica à Comunidade Dandara estão classificados em diferentes concursos internacionais de arquitetura, um nos Estados Unidos e outro na Holanda. Ambos projetos buscam demonstrar a viabilidade urbanística das formas de apropriação coletiva do espaço pela Comunidade Dandara, com respeito ao meio ambiente e à legislação municipal.
Abaixo, seguem os links para acesso aos projetos.


 Clique aqui para acesso direto ao projeto apresentado ao concurso na Holanda


A luta das Ocupações de Belo Horizonte no colo do Governo Federal


Ocupações-comunidades de Belo Horizonte - Dandara (no Céu Azul), Camilo Torres e Irmã Dorothy (no Barreiro) - vão a Brasília e colocam no colo do Governo Federal suas reivindicações.




  Nos dias 05 e 06 de agosto de 2010, as Ocupações-comunidades Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy, de Belo Horizonte, MG, através de uma delegação de 17 lideranças representando as Brigadas Populares, a Comissão Pastoral da Terra, o Fórum de Moradia do Barreiro e as 1.159 famílias que vivem nessas três comunidades, foram a Brasília participar de audiências em diversos órgãos e instituições para discutir o processo que estão vivendo na luta pela moradia e, sobretudo, buscar apoio para reverter o quadro de ameaça de despejo a que estão submetidas.        
A Comissão foi recebida nos seguintes órgãos/instituições:
1)      Ministério das Cidades;
2)      Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres;
3)      No Senado Federal e na Câmara Federal;
4)      Secretaria Geral da Presidência da República;
5)      OAB Nacional – Conselho Federal;
6)      CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil;
7)      Comissão Brasileira de Justiça e Paz da CNBB;
8)      Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República;
9)      Comunidade e Paróquia Nossa Senhora do Carmo – Freis Carmelitas;
10)  Acampamento indígena Revolucionário.
Leia AQUI a matéria completa.