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domingo, 21 de junho de 2009

Presença de Dom Walmor


Prof Fábio Alves e frei Gilvander Moreira*



Sábado, de 20 de junho de 2009, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo da Arquidiocese de Belo Horizonte, fez uma visita à comunidade (Ocupação) Dandara, no Céu Azul, na região Nova Pampulha, em Belo Horizonte, MG. Acompanhado dos Vigários Episcopais, Padre Júlio Amaral e Padre Ademir Ragazzi, e de outros padres e religiosos, além de professores da PUC Minas, o arcebispo dom Walmor percorreu todo o acampamento. Caminhou por todos os becos, entre as 1.087 barracas de lona-preta, visitou a horta comunitária, viu a primeira casinha construída com adobe. Ouviu atentamente o relato da luta da comunidade por moradia popular
e dignidade. Entoou hinos religiosos e abençoou a todas as 1.087 famílias sem-casa e sem-terra acampadas e todos aqueles que lhes são solidários.
Na sua mensagem de solidariedade, Dom Walmor sublinhou a imperiosa necessidade de todos terem, nesta caminhada, Deus como luz e força. Disse que a exclusão e injustiça que a tantos marginalizam mundo afora, se dá porque os que praticam a injustiça não têm Deus como luz. Relembrou que a Igreja Católica de Belo Horizonte, desde o início do acampamento, está presente nos diversos serviços prestados pelo Vicariato de Ação Social e Política, pela Região Episcopal, pela Paróquia N. Sra. Imaculada Conceição, pela PUC Minas (que defende juridicamente a Ocupação e pelo grupo de arquitetos (professores e estudantes) que elaboram o Projeto de assentamento rururbano para a área, pelas congregações religiosas e tantos leigos que graciosamente participam da grande rede de solidariedade ao povo empobrecido de Dandara.
Dom Walmor ressaltou que a Igreja deve ficar ao lado dos pobres e sofredores. Cada um deve fazer um pouco, como está ocorrendo neste caso. O próprio Arcebispo tem feito a sua parte. Chegou a conversar com o Prefeito Márcio Lacerda pedindo-o que se abra ao diálogo. É neste diapasão que o trabalho de solidariedade vai continuar.

Em entrevista à rádio Itatiaia, lá na ocupação Dandara, Dom Walmor recordou também a Doutrina Social da Igreja que recomenda aos cristãos a defesa da dignidade humana, o que inclui, é claro, a luta por moradia e pelos direitos humanos. A doutrina social não defende uma propriedade que não cumpre sua função social. Segundo a Constituição Federal, de 1988, uma propriedade tem que cumprir sua função social, senão deixa de ser legítima.
Cabe recordar que o terreno ocupado pelas 1.087 famílias sem-casa e sem-terra da
comunidade Dandara compreende cerca de 400 mil metros quadrados (= 40 hectares) que há mais de trinta anos está abandonado, não cumprindo sua função social. A Construtora Modelo que reivindica na justiça o terreno tem, junto com sua co-irmã, a Construtora Lótus, 2.577 processos na justiça (isso só na comarca de Belo Horizonte e Betim), figurando na maioria como ré. E deve mais de 2 milhões de reais de IPTU à prefeitura de Belo Horizonte.
Um grupo de crianças da comunidade Dandara, em agradecimento pela confortante visita, ofereceu a Dom Walmor obras do artesanato local, uma camiseta da comunidade e um saquinho com terra da área que ocupam. Dom Walmor também recebeu de presente jornal e uma Revista do MST.
Dom Walmor, ao abençoar a todos e todas, retomou versos do Canto de Maria (Magnificat), mãe de Deus: O Senhor derruba do trono os poderosos e eleva os humildes. Sacia de bens os famintos e despede os ricos de mãos vazias.
Cabe lembrar que dia 16 de junho de 2009, a Corte Superior do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, acolheu um Mandado de Segurança em defesa da ocupação Dandara e expediu uma liminar suspendendo a reintegração de posse que o desembargador Tarcísio Martins tinha reabilitado. Ganhamos também uma imagem de Nossa Senhora dentro de um cubo de vidro. Nós a batizamos de Nossa Senhora de Dandara, defensora da função social da propriedade. Conquistar uma liminar em um mandado de segurança foi um milagre, sinal de que Nossa Senhora de Dandara está inspirando e protegendo o povo pobre na luta pela moradia popular e por dignidade.

* Professor da PUC-MG e assessor jurídico da Dandara; pároco da Igreja do Carmo, respectivamente.

sábado, 20 de junho de 2009

Dandara, a epopéia continua.

por Roberto Soares Coelho, no blog desvelar

Está se consolidando como uma verdadeira epopéia a luta dos moradores que fazem parte da Ocupação Dandara, no bairro Céu Azul, em Belo Horizonte. Na verdade, nada de muito novo: tentativas de despejo, ameaças disfarçadas ou acintosas da polícia, através de batidas visível e desnecessariamente direcionadas para os moradores da Dandara, omissão e indiferença da Prefeitura, cobertura ausente ou tendenciosa da imprensa.

Enfim, o roteiro de sempre. Não há nenhuma surpresa. Afinal, seria esperar demais que magistrados, imprensa, políticos e empresários se comovessem com o drama daqueles que são aos poucos jogados para fora dessa engrenagem irracional que nos aprisiona. Essas pessoas, grupos ou categorias sociais estão cumprindo o seu papel de defender friamente os alicerces da ordem que alimenta e mantém sua posição dentro dessa ordem. Sempre encontrarão argumentos inteligentes e consistentes (do ponto de vista deles, claro) para justificar suas ações ou omissões. Aliás, a imprensa e justiça têm papel fundamental nesse processo de fornecer tais argumentos.

E para os outros, a chamada opinião pública, os que estão dentro da ordem irracional, não há motivos ou estímulos suficientes para se rebelar contra essa mesma ordem. Ainda mais nestes tempos em que o modelo capitalista tem conseguido anestesiar mentes, corações e vontades quase que com perfeição. Mecanismos para essa anestesia não faltam: o medo da violência e da barbárie, as falsas urgências criadas por um consumismo que é a tábua de salvação do capitalismo, a asfixia dos meios de comunicação e da colonização cultural, e por aí afora.

Mas cabe, sim, aos que foram excluídos - até dos menores benefícios dessa ordem - denunciarem com suas ações e suas existências a irracionalidade dessa mesma ordem. Cabe a eles, e não aos que estão anestesiados, cumprirem-se (ou ao menos tentarem cumprir-se) como profetas de um novo tempo. Aqueles que se libertam e aqueles que são excluídos dessa ordem com certeza perdem em benefícios, segurança, sociabilidade e até mesmo um pouco de sua identidade com o coletivo. Mas ganham em lucidez, e ganham também a oportunidade ou a difícil tarefa de insistirem em novos horizontes para o homem no mundo.

Aqueles que se benficiam dessa ordem ou que estão anestesiados por ela sempre se incomodarão com pessoas que insistem em denunciar e convocar para a luta, a transformação, e assim somente podem ver como excêntricas, oportunistas e ultrapassadas ações e palavras que lembrem a fraternidade, a resistência, a dignidade e a amizade para todos. Ser profeta de um novo tempo, na verdade, exige que compreendamos e nos coloquemos acima dessas posturas ora desumanas, ora raivosas, ora apenas conformistas, e acima desses raciocínios e justificativas viciadas, que no mais das vezes sempre vêm acompanhados de argumentos supostamente inteligentes e modernos.
Assim, apesar dos costumeiros obstáculos - e em parte por causa deles - que os integrantes da Ocupação Dandara prossigam nessa tarefa de profetas de um novo tempo. E que encontrem alento na carta do anarquista grego Ilias Nikoláu com seu comovente e indomável testemunho, e que vai publicado também como uma homenagem aos companheiros e companheiras da Dandara.

Quanto às crianças como Pedro e Ananda, mostradas na matéria abaixo, é a luta e a crença de movimentos como o da Ocupação Dandara e de pessoas como o anarquista Ilias Nikoláu, que lhes darão outras possibilidades, para que não tenham que seguir, por exemplo, o caminho dos ‘sinais de trânsito’ e nem o mesmo caminho do garoto do fotopoema café da manhã de domingo (algumas pessoas afirmam que ele foi executado, cerca de três ou quatro anos depois dessa fotografia). Claro que para muitos eese apelo envolvendo crianças não passa de chantagem emocional por parted e líderes oportunistas e espertalhões. Mas não se poderia esperar outros argumentos de mentes e vontades que se encontram anestesiadas e assustadas, mesmo que se trate de pessoas que já chefiaram um Vara de Infância e Juventude... Que fazer, anão ser continuar a tarefa?

Quem quiser saber mais detalhes de como está a atual batalha politica e jurídica pelo terreno ocupado, leia a matéria o desembargador e as crianças ou acesse o blog ocupação dandara.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Dandara e camilo Torres ocupam Câmara de Vereadores

Cerca de 300 acampados da Dandara e Camilo Torres fizeram protesto, nesta terça-feira, na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), ocupando o plenário principal por quase 8 horas.

A polícia acionada, mas a manifestação aconteceu de forma pacífica. Os manifestantes tomaram conta do espaço e fizeram muito barulho, inviabilizando os trabalhos que estavam em curso. A presidente da casa vereadora Luzia Ferreira chamou um grupo de representantes para negociar a saída do espaço, e buscar alternativas de solução dos conflitos das áreas dos sem-teto.

Foi formada uma comissão de vereadores, todos líderes de partidos e do governo para intermediar o diálogo com a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, que até então tem se mostrado intransigente. Será publicada uma convocatória da reunião no Diário Oficial do Município, como forma de selar o compromisso.

O recado transmitido é o de que as mais de 1200 famílias não desistirão de fazer valer seus direitos, mesmo debaixo de ordens judiciais de despejos, que até então estavam anunciados para ambas as áreas. Os movimentos que compõem as coordenações dos acampamentos prometem voltar com mais força caso não sejam cumpridas as promessas, posto que as famílias que serão despejadas não tem para onde ir.

Segundo Joviano Mayer, das Brigadas Populares, "os despejos não são o conteúdo da questão, mas uma forma pela qual o Estado demonstra sua posição de classe, em favor do patrimônio e contra a vida. A questão que está em evidência é a ineficiência do Estado cumprir seus dispositivos de lei para cumprir a função social da propriedade. Os despejos só agravam a situação de penúria das camadas mais marginalizadas que buscam saídas para a crise através da luta social".

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Denúncia: ABUSO DA POLÍCIA MILITAR

Hoje pela tarde o 13º Batalhão da Polícia Militar e um efetivo da tropa de choque aterrorizaram moradores da Vila Bispo de Maura, aglomerado próximo da Ocupação Dandara e que vem apoiando a ação desde o início. Houve prisão de 3 pessoas e não se sabe para onde foram levadas. Segundo moradores, as pessoas presas não têm envolvimento com tráfico de drogas. Também não há vinculação das mesmas com a Dandara.

No entanto, tal comportamento da PM não se justifica senão entendido como represália à ocupação, uma vez que o efetivo do choque não tem qualificação para procedimentos desta natureza. Relatos e filmagens com celulares mostram os PMs detonando bombas a esmo, agredindo transeuntes e fazendo graça das pessoas. Esta postura demonstra o total despreparo do efetivo pertencente ao Batalhão de Eventos em lidar com a incursão em favelas. Estes policiais são treinados para reprimir manifestações e nada tem que fazer na rua quando não são chamados.

Já é a segunda vez que o choque se comporta desta maneira, atuando sem controle e abusando de sua autoridade nas imediações da Ocupação Dandara. Pedimos às autoridades competentes (MP-MP, Comando da PM, Executivo Estadual), tomem as medidas cabíveis e necessárias a evitar que esta violência sofra uma escalada desnecessária, pois as pessoas da Dandara e das imediações não tolerarão estes abusos.

Aguardando contatos e soluções

Coordenação da Dandara

Manifestacões de Apoio

Amigos e apoiadores,

Agradecemos o apoio recebido.

Confiamos na Justiça e na Constituição. E mais que tudo, no ser humano. Por isso acreditamos na reversão da decisão do Sr. desembargador Tarcísio Martins, que restaura a liminar de despejo da Ocupação Dandara.

Pedimos que, ao enviar pedidos a ele, também o façam com cópia para ocupacaodandara@gmail.com

Atenciosamente

Coordenação da Dandara.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

AOS RELIGIOSOS

O grupo de religiosos que apóia a Dandara pede para informar:

"Às quartas-feiras, às 15h00, está acontecendo na Ocupação Dandara a reunião de um grupo de mulheres para um tempo de reflexão e partilha sobre as suas experiências nesta caminhada pela conquista da terra e da moradia. Elas estão utilizando o material do MST "OCUPANDO A BÍBLIA! Assim, com a História do Povo de Deus vão iluminando o hoje da própria história. O grupo está sendo assessorado pela Ir. Edna Zangale das Filhas de Jesus."

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Dom Thomas Balduino e Bernardo Mancano recebem camisetas Dandara


Em visita a BH, como participantes do Seminario Claudio Peres, organizado pela PUC-MG, os palestrantes Bernardo Mancano, professor da UNESP e Dom Thomas Balduino, da CNBB, foram presentados com camisetas da Dandara.


quinta-feira, 21 de maio de 2009

Carta de apoio

Companheir@s,

estivemos com problemas para recebimento de assinaturas em nossa carta de apoio. Informamos agora que regularizamos esta questão e pedimos ajudem a divulgar, buscar apoio e apoiar nossa luta através da carta.

O acesso pode ser feito aqui

Corte de água na Dandara.


Copasa é chamada a se explicar no Ministério Público.

A diretoria da COPASA compareceu no último dia 20 na Procuradoria-Geral de Justiça de Minas Gerais, para prestar esclarecimentos sobre o corte de água executado nas vésperas da festa que houve no acampamento dos sem-teto no Céu Azul. O fornecimento havia sido interrompido na quinta-feira, 14, sem aviso-prévio, a pedido da 15º Companhia da Polícia Militar. Houve um princípio de tumulto e muita tensão no momento, pois a própria PM coordenou a ação deslocando efetivo de quase 10 viaturas para o local.

O MP elencou 17 precedentes constitucionais, entre normas, princípios e preceitos, além de acordos e legislações internacionais das quais o Brasil é signatário, estatutos e leis orgânicas. Todas estas amparam o direito fundamental do acesso a este importantíssimo recurso natural, que é a água, e perante as mesmas torna-se injustificável qualquer corte no fornecimento da mesma.

A COPASA havia se utilizado anteriormente de um Termo de Ajustamento de Conduta como justificativa para o desligamento, mas perante o poder judiciário e as intervenções dos 8 representantes das promotorias relacionadas ao tema o órgão estadual teve de recuar na argumentação, pois ficou evidente a sua inadequação.

Ficou acertado o fornecimento em caráter emergencial, de 2 caminhões-pipa diários, até a instalação de uma “solução técnica” adequada, a cargo da COPASA. Joviano Mayer, coordenador da Ocupação Dandara, como ficou conhecida a área, comentou a decisão. “Este fato demonstra o descaso do Governo Estadual, que controla a COPASA com relação aos mais pobres. Existem vários chafarizes à disposição na parte rica da cidade e só o que pedimos é que se disponibilize um aqui na Dandara, provisoriamente, pois ainda é impossível chegar água encanada a cada família”, diz.

Antes da intervenção do MP, os deputados Eros Biondini, André Quintão e Padre João, da comissão de participação popular da ALMG já haviam tentado uma solução negociada com a cúpula da COPASA, porém sem sucesso.

No sábado, 16, cerca de quinhentos convidados foram recebidos na ocupação durante o dia todo numa grande confraternização que contou com a presença de Pereira da Viola e mais 6 violeiros. Estiveram presentes muitos sindicatos, religiosos, estudantes, amigos e apoiadores além de figuras públicas diversas. Num arraia temporão, os acampados comemoravam com barraquinhas, brincadeiras e muita descontração.

A ocupação completou 1 mês no último dia 09 de maio, e tem hoje cerca de 1 mil famílias acampadas além de 500 em lista de espera. As famílias são sem-teto e desempregados, ou moradores de áreas de risco, coordenados pelas Brigadas Populares e o MST. A construtora Modelo, que se alega proprietária, entrou com ação de reintegração posse no dia 12, mas esta foi derrubada por um agravo no dia 21. As famílias vão poder permanecer na área até o julgamento do mérito.

Assessoria de Imprensa – 8522-3029

Dandara completa um mês com muita festa e apoiadores!


A festa da Dandara bombou! Cerca de quinhentos convidados foram recebidos na ocupação durante o dia todo numa grande confraternização que contou com a presença de Pereira da Viola e mais 6 violeiros.

Estiveram presentes muitos sindicatos, religiosos, estudantes, amigos e apoiadores além de figuras públicas diversas. Num arraiá temporão improvisado, os acampados comemoravam com barraquinhas, brincadeiras e muita descontração.

Muitas autoridades e figuras públicas aproveitaram para visitar pela primeira vez, e percorrendo o acampamento foi possível constatar o tamanho do desafio e das conquistas de até então.

A festa começou no início da tarde e só terminou de noite com a saída do carro-de-som e quando acabaram os comes e bebes.

Veja as fotos da festa aqui e confira quanta gente!

Dandara em mais uma luta.


A Ocupação Dandara participou marcha da luta antimanicomial, nesta segunda-feira (18), com cerca de 150 militantes, somando forças ao Dia da Luta Antimanicomial. O Desfile, que teve como tema “Sinto, Logo Existo: (Re) Existir é Viver”, é organizado há 12 anos pelo Fórum Mineiro de Saúde Mental e pela Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental (ASUSSAM), parceiros da Dandara.

A tesoureira da ASUSSAM, Sílvia Soares, relatou que a escolha do carnaval como tema foi definida por se tratar de “uma festa genuinamente brasileira e onde, fantasiados, nós nos disfarçamos de nós mesmos. Essa é a melhor maneira de trabalharmos a inclusão social”, ponderou.
O desfile também contou com a presença de usuários, familiares e profissionais de Centros de Referência de Saúde Mental, Centros de Convivência, Unidades Básicas de Saúde, Conselho Regional de Psicologia, conselhos estadual e municipal de Saúde, moradores das Residências Terapêuticas, entre outros. Além da sempre massiva presença do Espaço Saúde da UFMG, uma organização de estudantes da área de saúde que apóiam as lutas sociais e encaram as ciências médicas e biológicas sob o seu caráter humano.

A escolha do dia 18 de maio para marcar as comemorações da Luta Antimanicomial se deve à realização de um congresso nacional de trabalhadores de saúde mental de todo país, em dezembro de 1987, no município de Bauru, em São Paulo. Ficou decidido que nesta data os profissionais de saúde mental deveriam ir às ruas, praças, universidades, instituições de saúde para debater com a sociedade, de um modo geral, o mito de que o louco é incapaz e perigoso. E ainda mostrar que é possível tratar os pacientes de maneira diferente com humanização, qualidade, respeitando-os como sujeitos de cidadania.

A partir da década 70, trabalhadores de saúde mental denunciaram as condições subumanas à que estavam submetidos os portadores de transtornos mentais. Desde então, o poder público iniciou a construção de uma política pública de humanização, desospitalização e desinstitucionalização, com garantia dos direitos dessa população.

Com esta já são 5 as lutas em que a Dandara participa deste sua constituição, em 9 de Abril de 2009. Tivemos o enfrentamento com a PM na madrugada do dia 10, a manifestação no dia 17 de abril quando a Ministra Dilma Roussef veio lançar o Programa Minha Casa, Minha Vida, além da ida à audiência pública no dia 28 de abril na Assembléia Legislativa, junto com famílias da Camilo Torres para cobrar uma posição do poder público. Também fomos para as ruas no dia 30 de abril para comemorar o dia do trabalhador.

Pampulha para Todos! Belo Horizonte para Todos!

Dandara elege 4 delegados na Conferencia de Políticas Públicas de Urbanismo


A 3ª Conferência Municipal de Política Urbana já elegeu 32 delegados e 32 suplentes. Destes 4 são da Dandara. Os representantes da ocupação foram eleitos durante a plenária regional da Pampulha realizada no dia 20 de maio. A conferência foi aberta no dia 29 de abril e irá realizar plenárias regionais até o dia 21 de maio. Os militantes da ocupação estiveram presentes de maneira massiva, com dois ônibus, e encabeçaram a chapa “Pampulha para Todos”, com populares locais. No total a chapa elegeu 6 pessoas, sendo 4 da ocupação.

Apesar da coordenação do MST e das Brigadas Populares não acreditarem na eficácia da via institucional coordenada pela Prefeitura de BH para a discussão das políticas de urbanismo, e colocação de delegados tem uma explicação. “A intenção é adentrar a oficialidade da Conferencia para dar voz ao clamor por moradia que tem ressoado na periferia de Belo Horizonte. Temos mais de duas mil famílias para as quais o executivo municipal e estadual viraram as costas, e uma das alegações é que não priorizamos as políticas oficiais”, diz Joviano Mayer, das Brigadas Populares. “Agora nossa base está se inscrevendo no programa minha casa e elegendo delegados, e com isto esperamos ver algum resultado, pois não restará mais argumentos ao prefeito ou ao governador. As políticas de habitação do município são uma vergonha e do estado inexistentes. Como vão se explicar para estas mais de duas mil famílias?”, completa.

O objetivo da Conferência é avaliar o Plano Diretor e a Lei de Parcelamento, Ocupação e Uso do Solo de Belo Horizonte, a partir das definições da II Conferência, das deliberações do Conselho Municipal de Política Urbana – COMPUR, e dos estudos desenvolvidos pelo Poder Executivo desde então. Dentre os temas propostos para discussão estão os instrumentos do Estatuto da Cidade, o Zoneamento, a Ocupação, o Uso e Parcelamento do Solo, a Regularização de Imóveis e a utilização do espaço público. Após a eleição os delegados serão capacitados para participarem então da etapa final da Conferência.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Água, direito humano, direito de todos!

A COPASA CORTOU A ÁGUA DE 1.086 FAMÍLIAS do ACAMPAMENTO DANDARA

Frei Gilvander Moreira

“Tive sede e não me destes de beber... Toda vez que deixaste de dar de beber a um desses pequeninos, foi a mim que o deixaste de dar de beber”, disse Jesus. (Mateus 25,42.45).

Na madrugada do dia 09 de abril de 2009, uma quinta-feira santa, cerca de 130 famílias de sem-casa e sem-terra, organizadas pelas Brigadas Populares, Fórum de Moradia do Barreiro e pelo MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – ocuparam um terreno abandonado (cerca de 40 hectares – 400.000 metros quadrados) há mais de trinta anos no bairro Céu Azul, na Nova Pampulha, em Belo Horizonte.
Após cortarem a cerca de arame, dentro de poucos dias já tinham buscado guarida no acampamento 1.086 famílias empobrecidas. Há centenas na fila de espera. Logo pediram, via ofício, à COPASA – Companhia de água e Saneamento de Minas Gerais – que ligassem água no acampamento. Como a COPASA não aceitou ligar a água, os ocupantes fizeram um gato com apenas cinco torneiras para o abastecimento coletivo de todas as 1.086 famílias. Mas eis que no dia 14 de maio de 2009, a Empresa COPASA, com o uso de força policial, efetuou o desligamento da ligação clandestina de água que abastecia o Acampamento Dandara.
Cumpre informar que, no referido acampamento, vivem 1086 famílias que lutam pela conquista de moradia, trabalho e dignidade. São crianças, adultos e idosos privados do bem fundamental da vida, agravando a situação de extrema precariedade das condições sanitárias. O prolongamento dessa situação acarretará a proliferação de doenças infectocontagiosas, casos de desidratação e a piora substancial das condições de higiene. Trata-se, assim, de um caso de saúde pública.
Acrescente-se que essa atitude da Empresa COPASA não se coaduna com os princípios da Constituição da República de 1988, nem dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos e nem com a Lei Orgânica do município de Belo Horizonte. Ora, a natureza da posse em nada interfere na concessão do serviço público, sobretudo quando estamos diante de um bem tão essencial como a água, fonte de vida.
O Comitê de Solidariedade Dom Luciano, da Conferência de Religiosos do Brasil - CRB-BH -, enviou carta aberta ao presidente da COPASA dizendo: “Mais de três mil crianças, idosos e trabalhadores estão em situação de extrema penúria. O problema do desligamento da água no Acampamento Dandara, além de ser jurídico, passa ser eminentemente humanitário. Por isso, rogamos encarecidamente que a COPASA religue urgentemente a água e sugerimos que, em caráter provisório, se instale um chafariz ou se coloque tanques para o abastecimento humano. Não se pode matar de sede uma coletividade!”
No princípio era a água; e a água se fez “carne”: criaturas todas do universo. Não somos apenas filhos e filhas da água. Somos mais. Somos água que sente, que canta, que pensa, que ama, que deseja, que cria ... O povo da Bíblia, fruto do encontro ecumênico de inúmeros povos e classes de oprimidos, nasceu de “tribos” que viviam em uma região semi-árida, ou mesmo no deserto. No Oriente Médio, o viver está mais ligado às fontes de água, que são raras, do que apenas à terra no sentido de território.
A água está relacionada com os principais eventos fundantes do povo da Bíblia: na criação, no dilúvio, na saída do Egito, na entrada da terra prometida, etc. Qualquer projeto bíblico só se sustenta perto de fontes de água, de rios ou cisternas. Na Bíblia há uma associação da água com a Palavra de Deus. Ao povo Deus deu água de beber de um rochedo, e durante 40 anos, lhe garantiu o pão de cada dia e a água para beber.
Segundo o relato bíblico de Gênesis 2,1-10.15 a terra é vocacionada para ser um jardim de Deus e o ser humano, um jardineiro. Para povos de regiões áridas, a primeira obra de Deus foi viabilizar a chuva sobre a terra e irrigar uma região quase desértica. Um dia, a falta da água gerou a seca e a fome em toda a região de Canaã. Os hebreus foram obrigados a migrar para o Egito (Gênesis 47). Lá se multiplicaram e foram oprimidos pelo império dos faraós (Êxodo 1). Os hebreus escravos gritaram a Deus e este veio libertá-los, conduzindo-os da escravidão para a terra da liberdade, passando pelo Mar Vermelho que se abriu em duas partes, deixando-os passarem, em meio às águas, a pé enxuto (Êxodo 14). Fato semelhante aconteceu quando, mais tarde, conduzidos por Josué, os hebreus, já reunidos no mesmo povo israelita, atravessaram o rio Jordão, a pé enxuto, para entrar na posse da terra de Canaã (Josué 3-4).
Devemos nos espelhar na hospitalidade de Abraão que oferece água para que seus hóspedes possam lavar os pés (Gênesis 18,1-5); na solidariedade de Jacó que tira a pedra do poço para que Raquel possa dar de beber a seu rebanho (Gênesis 29,10); na decisão de Moisés de garantir o direito à água para as filhas de Jetro (Êxodo 2,16-17); na generosidade da viúva de Sarepta que, em plena seca, não hesita em dar ao profeta Elias um copo de água e um pedaço de seu último pão (1 Reis 17, 10-11); na coragem de Abdias, intendente do palácio do rei Acab, que, mesmo temendo a ira do sistema monárquico, alimenta os profetas com pão e água (1Rs 18,4); na sabedoria do profeta Eliseu que torna potáveis as águas para uso do povo (2Rs 2, 19-21) e que manifesta sua força curando, no Jordão, a lepra do sírio Naamã e fazendo boiar o machado que tinha caído no rio (2 Reis 5,15; 6,6); na ousadia de Judite que sabe burlar a vigilância dos soldados inimigos que controlavam as fontes de águas querendo derrotar o povo pela sede (Judite 7,13-14; 12,7-9). Ao procedermos assim, na gratidão pela água, tornamo-nos água viva. “Aquele que me segue, de seu íntimo jorrarão rios de água viva” (João 7,38).
Rui Nogueira, no artigo “Só bebe se pagar”, reflete:
“Jesus Cristo se aproxima do poço, fonte da água para a região onde está a samaritana. “Só pode beber se pagar”. Descrito deste modo a cena choca. Há quem fique indignado pois não é este o paradigma, o modelo que existe nas nossas mentes. Choca pela figura do Cristo e porque está em confronto com a idéia subconsciente que todos nós temos de que a água é o bem essencial à vida para todos, universal, não pode ser negada.
A figura de Cristo não está ligada à mentalidade mercenária, prova disto é o chicotear dos vendilhões do templo. Para reforçar, no Brasil, prevalece a tradição de nunca se negar um copo d’água ao que tem sede.
Entretanto, as transnacionais trouxeram um novo e absurdo paradigma. “Só bebe se pagar”. Que triste tristeza se encontrar a água, bem essencial à vida e direito humano fundamental transformada em mercadoria. Sempre que as transnacionais avançam nos sistemas de água e conseguem privatizar, por concessões diretas ou comprando ações, os sistemas estatais ou os que tinham gestão comunitária abandonam a prestação de serviços para colocarem as suas atuações no objetivo de “obter resultados financeiros”. Pode-se enfileirar vários exemplos para retratar o desvirtuamento da prestação de serviços para direção dos lucros abusivos para acionistas desligados da nossa realidade.
A COPASA vendeu ações no exterior e hoje tem 75% delas nas mãos estrangeiras. Por ter estabelecido o objetivo de resultados financeiros (está no seu relatório anual publicado nos jornais) nega água para centenas de pessoas moradoras em bairro pobre de cidade do interior recusando-se a fazer a ligação de água mesmo com os encanamentos já instalados. Exige o pagamento de quatrocentos reais para que a ligação seja feita. Comparando municípios sob domínio da COPASA com os que têm a água administrada pelo próprio município as tarifas são até cinco vezes mais caras, mesmo em residências equivalentes. Por que a nossa população tem que ser sacrificada e/ou passar por dificuldades para pagar as contas abusivas que geram resultados que não revertem para as nossas comunidades, estado e País?
A SUEZ (Transnacional de Águas) concessionária de águas na África do Sul, instalou torneiras públicas nos bairros pobres e colocou, ao lado delas, um mecanismo que libera a água mediante a inserção de um cartão pré-pago. A norma é: só bebe se pagar. No Brasil já existe o absurdo sistema pré-pago no serviço de águas de Tocantins. Exploração com o bem fundamental à vida!
Às transnacionais não interessa se criança fica sem água, mães não podem cozinhar, ou não seja possível ter a mínima higiene sem água. Vale, apenas, o fluxo de dinheiro obtido pelo controle de bem essencial à vida. As transnacionais já foram expulsas de várias cidades do mundo e têm que ser impedidas de atuar no Brasil. Água tem que ter gestão comunitária. As transnacionais como grandes anunciantes e controladoras dos meios de comunicação nos iludem com propagandas bonitas e apoio de maus políticos. Fora Transnacionais. Resistir é preciso.”
O sociólogo Maurício Libânio pondera:
“Se para cortar a água que dessedentava as 1.086 famílias de sem-casa e sem-terra do Acampamento Dandara, a COPASA estiver alegando um protocolo assinado com o Ministério Público, que proíbe a ligação de água em ocupações irregulares, a medida é ilegal. A Sílvia Helena, quando era vereadora em Belo Horizonte, em 2004, ano da Campanha da Fraternidade sobre a água, apresentou emenda à Lei Orgânica do Município, artigo 150, estabelecendo que os serviços de saneamento básico independem da regularidade do parcelamento do solo ou da edificação. A medida tem por finalidade garantir água para todos e já foi aprovada pela Câmara e integra a nossa Lei Orgânica. O poder do município vem do fato de ser o poder concedente dos serviços de saneamento na Capital, carecendo à COPASA e ao Ministério Público competência para firmarem termos unilaterais.”
Enfim, parodiando Dom Oscar Romero devemos dizer: “Funcionários da COPASA, vocês não estão obrigados a cumprir uma ordem de superiores que manda cortar água que mata a sede de pessoas pobres, pois essa ordem é contrária à vontade de Deus que quer vida em abundância para todos. Neste caso, o funcionário tem direito de alegar objeção de consciência e dizer: “isso não faço. Minha consciência não me permite.” E agir como o tratorista que ao ouvir gritos de um oficial de justiça, com liminar de reintegração de posse em mãos, e o mandar demolir um barraco de uma família pobre, desceu do trator e disse com lágrimas nos olhos: “Perderei meu emprego, mas jamais passarei o trator em cima da casa de uma família pobre.”

Frei Gilvander Moreira,
e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br
www.gilvander.org.br

segunda-feira, 18 de maio de 2009



Belo Horizonte, 15 de maio de 2009.


Caríssimo Pároco ou Administrador Paroquial


Venho por meio desta, agradecer todas as paróquias e grupos que têm manifestado apoio para com as cerca de 1.000 famílias de Dandara, no Bairro Céu Azul. Esta é uma realidade concreta que, para além da teoria, nos interpela à opção preferencial pelos pobres, opção de Jesus e da sua Igreja discípula missionária. Como ouvi certa vez: “O nosso coração vai até onde vão os nossos pés”. Pisar na terra vermelha e batida de Dandara e contemplar seus rostos faz arder o nosso coração.
Aproveito para esclarecer que o território de Dandara está localizado em área da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, da RENSC, fazendo divisa com a Paróquia Imaculada Conceição, da RENSE. Mas como fica mais próximo da Igreja Imaculada Conceição, nossos irmãos Cavanis, desde o início da ocupação, se mostraram solidários e têm manifestado seu constante apoio, atitude esta compartilhada pela RENSE.
Como são muitas famílias ali acampadas, continua sendo necessária nossa ajuda humanitária com doações de alimentos, água, vestuário, roupas, cobertores... e presença solidária e evangelizadora. Essas doações podem ser entregues na Sede do Vicariato para a Ação Social e Política, no Colégio São José das Irmãs Filhas de Jesus, na Pampulha, ou diretamente em Dandara, que já conta com um local para receber doações.
Aproveito para lembrar-lhe que, no próximo dia 19/05/09, às 15:00h, na Assembléia Legislativa de MG, haverá uma audiência pública para discutir a questão da política habitacional em Belo Horizonte. Será um momento importante para entendermos melhor as diferentes posições e aprofundar nosso conhecimento e posição sobre esta realidade polêmica.
Agradeço sua atenção e desejo que a força do Cristo Ressuscitado esteja com você!


Pe. Júlio César Gonçalves Amaral, CSS
Vigário Episcopal RENSE

sábado, 16 de maio de 2009

Dandara Sem Água


Ilmo. Sr. Presidente da Copasa

Márcio Augusto Nunes

“Água, direito humano, direito de todos!”

Nós, Congregações Religiosas, participantes do COMITÊ DE SOLIDARIEDADE DOM LUCIANO da Conferência de Religiosos do Brasil CRB-BH, recebemos a grave notícia de que a COPASA cortou a ligação clandestina de água que abastecia as mais de mil famílias da Comunidade Dandara, situada no bairro Céu Azul, na Nova Pampulha, no encontro das Ruas Estanislau Pedro Boardman e Petrópolis, em frente à garagem de ônibus.

Mais de três mil crianças, idosos e trabalhadores estão em situação de extrema penúria. O problema além de ser jurídico passa ser eminentemente humanitário. Por isso, rogamos, encarecidamente, que a COPASA religue urgentemente a água e sugerimos que, em caráter provisório se instale um chafariz ou se coloque tanques para o abastecimento humano. Não se pode matar de sede uma coletividade!

Belo Horizonte, 16 de maio de 2009.

Maria do Rosário de Oliveira, FI

Maria José Meira, CCV

Pelo Comitê D. Luciano – CRB/B

terça-feira, 12 de maio de 2009

A Bíblia na vida, hoje. A partir do Assentamento Pastorinhas e da Ocupação Dandara

Amigo e amiga, leia aqui o texto de Delze Laureano, Advogada, professora de Direito Agrário na Escola Superior Dom Hélder Câmara, em Belo Horizonte, MG; Mestre em Direito Constitucional pela UFMG; Doutoranda em Direito Internacional Público pela PUC MINAS.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Convite muito especial - dia 16 festa na Dandara!

Amigos!


No dia 16 de maio vamos fazer uma grande festa na Dandara, para receber os colaboradores, parceiros, amigos e simpatizantes desta caminhada de dignidade que percorremos juntos em mil e quinhentas famílias. A Dandara segue firme, acumulando conquistas. Derrubamos liminar, tiramos grupos e coordenação do acampamento, resistimos a despejo truculento, consolidando uma rede de apoio de mais de 200 pessoas e entidades.


Nossa idéia é juntar todo mundo lá mesmo na ocupação e para tornar tudo mais gostoso, vamos ter a presença de 6 violeiros, pra gente dançar umas modas e cirandas do jeito que aquele chão de terra batida pede. Também haverá barraquinhas, muita brincadeira principalmente com as crianças, e o Circo de Todo Mundo fará uma apresentação especial.



PEREIRA DA VIOLA, WILSON DIAS, JOACI ORNELAS, GUSTAVO GUIMARÃES, LÁZARO MARIANO, DIMAS SOARES e muito mais.

Circo de Todo Mundo, barraquinhas e brincadeiras, venda de camisetas da Dandara.

Dia 16 de maio, das 15:00hs às 18:00hs


Além de tudo isto ainda estaremos nos despedindo dos compas Grazi e Corisco, do MST, que vão para a Venezuela contribuir no Instituto de Agroecologia.

Esperamos todos lá!

Colabore com Dandara - adquira uma camiseta da ocupação



Compas,

Precisamos da sua solidariedade. São muitas demandas que aparecem a todo momento, devido ao alto número de famílias e a complexidade da organização.

Agora ao contribuir com a Dandara você ganha uma camiseta da ocupação. Clique para visualizar a arte em alta resolução. Pedimos depositar na conta poupança da Caixa Economica Federal nº 204470-4 da agência 2333, op 013.

Contribuição mínima de R$ 15,00 (que é o preço da camiseta).

Ou ligar para (31) 8522-3029 e combinar a entrega.

Sem Casa são recebidos por Ministério Público Estadual e denunciam situação de descaso. Prefeitura diz que não negocia com integrantes das ocupações

Nesta terça-feira, cinco famílias representantes do acampamento Dandara, no Céu Azul foram recebidas na coordenadoria de inclusão social do MP de Minas Gerais. Estiveram presentes os procuradores das áreas de saúde e infância, além da representação da procuradoria geral e da inclusão social. A pauta foi a situação das cerca de 1100 famílias que se encontram acampadas no terreno. Foram denunciados diversos ocorridos desde a ocupação, iniciada no dia 09 de abril, como a truculência da Polícia Militar e tentativa de despejo sem mandado judicial, ameaças da Construtora Modelo, que se alega proprietária, além da precariedade geral em que se encontram as famílias.

Segundo Joviano Mayer, da coordenação da Dandara, vários direitos fundamentais estão sendo privados às famílias, como acesso à saúde e educação. “Existem muitas crianças no local e as escolas da região tem se negado a recebê-las. Também o atendimento em saúde básica e preventiva não está ocorrendo, o que nos preocupa em face da chegada do frio,” diz Joviano. Os promotores levantarão dados relativos ao cadastro das famílias acampadas e acionarão os órgãos competentes para explicações e ajustes de conduta.

Hoje a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte informou aos deputados das comissões de participação popular e de direitos humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que não irão negociar com os manifestantes. A reunião havia sido requerida oficialmente pelas comissões, após audiência pública na ALMG no dia 28/04. Os deputados Durval Ângelo (PT), dos direitos humanos, e Eros Biondini (PHS), da participação popular, além de Carlim Moura (PCdoB) e André Quintão (PT) visitaram as famílias acampadas e prestaram sua solidariedade.

O terreno tem cerca de 400 mil metros quadrados e estava abandonado há mais de 40 anos, e segundo relatos da comunidade local era utilizado para a prática de estupros, tráfico de drogas e outros crimes. A Construtora Modelo conseguiu no dia 12/04 uma liminar de reintegração de posse, mas o Serviço de Assessoria Jurídica da PUC-MG, que presta atendimento às famílias conseguiu derrubá-la no dia 21/04. O acampamento está sendo coordenado pelo MST e pelas Brigadas Populares, que reivindicam a desapropriação do terreno e assentamento das famílias em um modelo que mescle as reformas agrária e urbana.

Segundo Renata Costa, do MST, existe a proposta de um modelo chamado “rururbano”, que “agrega elementos de moradia e produção de alimentos em pequena escala, com intuito de assegurar a segurança alimentar e complementar a renda familiar”. Ainda segundo Renata, o modelo ainda destinaria cerca de 50 mil metros quadrados para áreas de convívio e lazer, como praças, parques e quadras de esporte, pois os bairros do entorno são carentes em áreas deste tipo. “Isto traria qualidade de vida à população local, além de dar função social a este terreno que hoje só traz insatisfações aos moradores daqui,” conclui.

contatos assessoria: 31 8522-3029/31 9702-6725

As informações referentes á Ocupação Dandara estão sendo atualizadas no blog ocupacaodandara.blogspot.com

terça-feira, 28 de abril de 2009

AUDIÊNCIA PÚBLICA NA ALMG DISCUTE FUTURO DA OCUPAÇÃO NO CÉU AZUL


Cerca de 400 pessoas estiveram no local

Na tarde de ontem (terça-feira 28 de abril) a comissão de direitos humanos, presidida pelo deputado Durval Ângelo recebeu membros do executivo e judiciário e sociedade civil para discutir sobre a ocupação no bairro Céu Azul, chamada de Dandara. Estiveram presentes, além de Ângelo, os deputados Carlim Moura, Eros Biondini, Padre João e o Vereador Adriano Ventura. A defensoria pública e o ministério público representaram o poder judiciário e da parte do executivo somente a PMBH mandou representante.

A audiência lotou o plenário e muitos participantes, vindos da ocupação Dandara e da Camilo Torres, outra área ocupada no Barreiro. Cerca de 400 pessoas estiveram na audiência, e muitos tiveram de acompanhar na sala anexa pelo telão. O batalhão de choque chegou a ficar de prontidão pelo número elevado de sem-casa no local.

A mesa contou também com participação do professor do Fábio Santos, do Serviço de Assistência Judiciária da PUC Minas, que patrocina a causa de algumas famílias da Dandara" A Igreja, na pessoa do Pe Cássio também esteve presente, e tem se empenhado em tentar solucionar a questão das famílias acampadas, através de uma frente ecumênica que envolve metodistas, católicos e outras congregações.

Na ocasião, o deputado Eros Biondini deu conhecimento da visita de outra comissão legislativa , a de Participação Popular da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, que fará visita hoje 9quarta-feira) as 16h à ocupação Dandara.

Nas falas dos representantes dos movimentos, foi explicitada a falta de políticas de habitação do município e governo do estado, e as contradições geradas por causa desta omissão, que proporcionou a região metropolitana um déficit habitacional de quase 200mil unidades. Joviano Mayer, das Brigadas Populares, afirmou que a “Prefeitura de BH se esconde atrás de uma política habitacional ilusória, que não funciona e que serve como justificativa para sustentar uma fila de moradia que não anda.” Ainda segundo Mayer, as reivindicações por moradia que não se adéqüem a esta política são tratadas com o rigor da tolerância zero. “Acontece que não funciona. Queremos ver como explicarão aos 35 mil cadastros de BH feitos esta semana no programa Minha Casa que terão de entrar na fila que alegam que existe”.

Renata Costa, do MST, explicou aos presentes a proposta do modelo de urbanização que será adotado na Dandara, que mescla elementos da Reforma Urbana, como a solução para a moradia, e da Reforma Agrária, como a produção em cooperativas e sob regime ecológico. “Aquela área tem 350 mil metros quadrados, e com isso poderíamos assentar mais de quinhentas famílias, destinar áreas para produção coletiva, instalar pequenas cooperativas e agroindústrias que agreguem valor a artesanatos, costura e outras atividades. Segundo Costa, ainda sobraria muito espaço para áreas de comércio, lazer e esporte, como quadras, praças e centros comerciais, beneficiando todo o bairro.

A audiência determinou a formação de uma comissão que atuará junto ao executivo para resolver vários problemas relacionados à educação e saúde das famílias, e enviará um requerimento ao governador Aécio Neves para que receba uma representação da área ocupada.